A revolução industrial foi o evento mais significativo na história e desenvolvimento do design como o conhecemos hoje. Novas máquinas e tecnologias começaram a permitir a produção em massa de bens, possibilitando a ascensão da cultura de consumo e consequentemente um sistema que tem como principal objetivo o lucro. Desta forma, este manifesto procura expor a as tendências persuasivas do design, a nossa hipocrisia crônica enquanto designers e destacar as possibilidades e o potencial do nosso papel enquanto influenciadores da cultura de consumismo e enquanto pessoas. Considerando a enorme capacidade comunicativa do design e o seu potencial para distribuir ideias virais, há aqui um trabalho significativo a ser feito para além de simplesmente publicidade comercial. O nosso trabalho é também usar os métodos do design para fazer a diferença.
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AQUELE QUE VENDE O MUNDO VENDE-SE A SI PRÓPRIO
Como qualquer trabalho criativo, é inevitável darmos uma parte de nós na nossa prática profissional. Não podemos deixar que este sistema que tem como objetivo o lucro e tudo o que tal nos proporciona se apodere de nós. Na posição em que nos encontramos, há sempre trabalho a fazer por todos.
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UM BOM DESIGNER NÃO É A SUA UTILIDADE COMERCIAL
O design tem a capacidade de ser tão mais do que simplesmente a sua vertente comercial. É necessário que nós enquanto designers não deixemos que a única relação que teremos com o nosso design seja a satisfação nascida da resolução de um problema.
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O PODER DE DITAR A PERCEPÇÃO
O design já expandiu para serviços e interações, para a forma como nos relacionamos com o que nos rodeia e com outras pessoas. É preciso ter consciência e nunca confundir tal poder com controlo.
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A IGNORÂNCIA VEM DO BERÇO
Na educação é extremamente importante que desde cedo haja discussões sobre reconhecer o poder das artes, destacar a importância do design e os fatores éticos e morais relacionados.
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POR UM PRESENTE CONSCIENTE, POR UM DESIGN DO FUTURO
Enquanto consumidores inconscientes do design intrusivo presente no nosso dia a dia, apela-se aos visualizadores que questionem o seu presente e tenham em conta a persuasão a que são expostos e como tal influencia a visão que tem da vida. Da mesma maneira, é um apelo a todos os designers para terem como objetivo um design humanista e consciente centrado no pensamento crítico.